Agricultura e Meio Ambiente

Morangos orgânicos transformados em negócio

Casal mantém cultivo de 10 mil mudas em área coberta no sistema de fertirrigação

Ao passar pela rodovia BR-386, em Linha Perau, interior de Marques de Souza, chama a atenção o cultivo de morangueiros de ambiente protegido da família Arend. A atividade foi uma das formas encontradas por Sandro, 35, e mulher Maira Schlosser, 30, de retornar para a lavoura após um tempo trabalhando como empregados na cidade.

Tudo começou há sete anos com a mãe de Sandro, dona Rosvita. “Ela queria ter uma renda extra e escolheu os morangos. A gente enxergou além e ampliou o cultivo, com novas técnicas e no sistema orgânico.”

Em 2015, com um investimento de R$ 12 mil, aplicados na construção da estrutura e a compra de 2,5 mil mudas, a cultura passou a incrementar os lucros na propriedade, antes dependente da produção leiteira. Hoje, são quatro áreas cobertas e 10 mil pés em frutificação, das variedades San Andreas e Albion.

O cultivo é feito sobre bancadas, em sacos de substrato, onde o consumo de água e adubação é controlado, técnica denominada de fertirrigação. “Torna o serviço menos penoso, aumenta a produtividade e reduz custos”, destaca.

A oferta de frutas é constante entre os meses de agosto e fevereiro. Além da venda direta na propriedade, às margens da rodovia, os morangos são destinados para consumo in natura em mercados e fruteiras da região.

 

Mudas da Espanha

As mudas são trazidas diretamente da Espanha, congeladas com temperatura de -2 graus, em sacos com o mínimo de 500 mudas. Após a chegada, são descongeladas e plantadas em sacos de substrato durante o mês de abril. As primeiras frutas são colhidas após quatro meses. A cada dois anos é aconselhado renovar o pomar para manter a produtividade estável.

 

Controle biológico

Entre os segredos para colher uma fruta saudável e graúda está a dedicação. “Mudas com procedência, espaço arejado, substrato bem formulado, adubação na medida certa, controle de pragas, estrutura adequada, poda e cuidado diário. Outro ponto importante é o sol e a temperatura. O ideal é ela ficar sempre em 28 graus para manter a produção estável.”

Sandro e Maira destacam o controle biológico como diferencial. “Nunca aplicamos qualquer tipo de agrotóxico. As pragas e doenças são combatidas com produtos naturais. Percebemos um aumento na procura por alimentos saudáveis e isso nos motiva a ampliar a oferta.”

Outro ponto fundamental é a entrega logo após a colheita. Enquanto a fruta proveniente da Ceasa e outras regiões produtoras do Estado chega aos pontos de venda em até cinco dias, a do casal está nas gôndolas em no máximo quatro horas.

“Mantém a vitalidade, o sabor e quando conservada na temperatura ideal, tem vida útil de até 10 dias. No futuro a ideia é montar uma agroindústria para beneficiar o morango e diversificar o negócio, com a venda de polpa e suco.”

 

Atividade inspiradora

O prefeito Fábio Mertz (PP) visitou a propriedade e elogiou o trabalho realizado pelo casal. “É uma atividade inspiradora, com a oferta de um alimento saudável e livre de agrotóxicos. Nosso foco está na geração de renda e emprego, tanto na cidade como no campo. A gestão municipal sempre busca incentivar os jovens, como é o caso do Sandro e da Maira, a permanecer no meio rural ou até mesmo voltar para empreender.”

 

Fotos Giovane Weber/FW Comunicação